segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Seu Jejé e sua jaca

Samba no pé
Desce daí, crioulo
Desce desse pé
Jacaré
Desce dessa jaca
E traga seu samba pra mim

Vem sambar
Lá do porão
Do alto mar
Vem meu negão

Vem pra cá
Traga sua ginga
Traga essa jaca
E dance comigo
Até o sol raiar...
Até a noite cair...

Encontro e Despedida

Lá no alto
Mas nem tão alto
Somente eu e você.

Eu, sentada na grama
E você dentro de mim.
Pude te tocar
E também te sentir.

Sem te conhecer
Te reconheci.
Era parte de mim
Estava dentro de mim.

Foi você quem trouxe mais um dia feliz.
Por um instante, éramos só nós.

Com o pôr do sol, pude me despedir
E com ele, você se foi
Foi como uma luz
Uma luz que me fez plena.

Como te quis
E por um momento, você existiu
E me fez feliz.
Muito feliz.

Flora - uma pequena flor

Floriqueta,
Um botão que desabrocha,
Com toda sua beleza,
Que com flor transforma seus campos em cores e cheiros,
E com o vento possa disseminar suas sementes de um olhar de criança: cheio de esperança.

domingo, 16 de novembro de 2008

GENTE




Gente, gente muito consciente
que tampouco
se esconde da gente.

Gente, gente muito consistente
que deixa de lado
todo o atraente.
Gente que vê
gente que sente
gente que cresce.
Cresce no meio de tanta gente
que tampouco é quente
e nesse monte de gente
nasce mais uma gente.

Que contenta
com essa gente
que contente
ficou com a gente.
É gente como a gente.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

UMA VEZ FUI ESCRAVO, ESCRAVO DO SAL

Através do oceano, pude sentir o sal
Da janela, cheirava o mar

E de lá vinham as grandes barcas
Pra salgar ainda mais meu suor.

Da janela, via o azul
Um azul sem fim
Como as barcas que chegavam até mim.

Da janela, via meu suor
Transformado em grandes montanhas brancas
Ali sim, estava o suor
Salgado e sem fim.

Da janela, via o brim
E calmaria, nem parecia
Olhava, olhava sem fim
Até o fim
Para o fim.

O sal queimava minha pele
O sal salgava minha boca
O sal temperava minha alma.

No topo do mastro
Eu vi a esperança
Isso chegaria ao fim.




Um pouquinho de história...Bonaire, uma ilha das Antilhas Holandesas, situada no mar Caribe, ao lado da costa da Venezuela. A segunda maior ilha do arquipélago depois de Curaçao e faz parte das Ilhas ABC (Aruba/Bonaire/Curaçao). Ilha habitada antigamente pelas tribos indígenas Arawak, a qual denominava o local de Bojnay (Terras Baixas), e Caiquetio.
O ponto mais alto da ilha é o monte Brandaris com 240 m de altitude. Ainda tem lagos de água salgada e o Lago Goto, aonde habitam flamingos.
Este paraíso foi invadido por navegadores espanhóis em 1499, chamando-se inicialmente de ILHA DE BRASIL. Posteriormente, os holandeses compraram Curaçao dos portugueses, os quais a colonizavam. Assim, as ilhas vizinhas Bonaire e Aruba ficaram sob domínio da Holanda.

Agora vem a ligação dessa história com as fotos e poesia desse blog...

A Companhia Holandesa das Índias Ocidentais começou a produção de sal no local em 1639. Esta produção permanece importante na economia de Bonaire, bem como o turismo subaquático (mergulho).

A parede (de uma casinha) que aparece na foto era o local onde os escravos descansavam.Haviam 4 obeliscos (conforme o vermelho da foto) com cores diferentes, os quais indicavam a diferença de tamanho do grão de sal produzido. Desta forma, os navios atracavam na região que carregariam o sal do tamanho escolhido.