sexta-feira, 31 de outubro de 2008

UMA VEZ FUI ESCRAVO, ESCRAVO DO SAL

Através do oceano, pude sentir o sal
Da janela, cheirava o mar

E de lá vinham as grandes barcas
Pra salgar ainda mais meu suor.

Da janela, via o azul
Um azul sem fim
Como as barcas que chegavam até mim.

Da janela, via meu suor
Transformado em grandes montanhas brancas
Ali sim, estava o suor
Salgado e sem fim.

Da janela, via o brim
E calmaria, nem parecia
Olhava, olhava sem fim
Até o fim
Para o fim.

O sal queimava minha pele
O sal salgava minha boca
O sal temperava minha alma.

No topo do mastro
Eu vi a esperança
Isso chegaria ao fim.




Um pouquinho de história...Bonaire, uma ilha das Antilhas Holandesas, situada no mar Caribe, ao lado da costa da Venezuela. A segunda maior ilha do arquipélago depois de Curaçao e faz parte das Ilhas ABC (Aruba/Bonaire/Curaçao). Ilha habitada antigamente pelas tribos indígenas Arawak, a qual denominava o local de Bojnay (Terras Baixas), e Caiquetio.
O ponto mais alto da ilha é o monte Brandaris com 240 m de altitude. Ainda tem lagos de água salgada e o Lago Goto, aonde habitam flamingos.
Este paraíso foi invadido por navegadores espanhóis em 1499, chamando-se inicialmente de ILHA DE BRASIL. Posteriormente, os holandeses compraram Curaçao dos portugueses, os quais a colonizavam. Assim, as ilhas vizinhas Bonaire e Aruba ficaram sob domínio da Holanda.

Agora vem a ligação dessa história com as fotos e poesia desse blog...

A Companhia Holandesa das Índias Ocidentais começou a produção de sal no local em 1639. Esta produção permanece importante na economia de Bonaire, bem como o turismo subaquático (mergulho).

A parede (de uma casinha) que aparece na foto era o local onde os escravos descansavam.Haviam 4 obeliscos (conforme o vermelho da foto) com cores diferentes, os quais indicavam a diferença de tamanho do grão de sal produzido. Desta forma, os navios atracavam na região que carregariam o sal do tamanho escolhido.