Algodão,
Macio como meu lençol,
Macio como meu sonho,
Macio como o campo,
Verde e branco.
Que um dia,
tornou-se só verde,
Verde canavial,
Que voltará a ser branco,
Branco açúcar,
Que um dia já foi cinza,
Cinza fuligem,
De branco, para verde, para cinza.
Em meu lençol,
Ainda branco algodão,
Vejo as marcas cinzas...
Em meu pulmão.
Acordo.
Não é sonho não.
É chuva de verão,
Com cinza caindo no chão.
E meu lençol,
Não é mais branco não.
Nem verde.
Está da cor do chão.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
domingo, 4 de outubro de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
Alquimia
Alquimia das letras para envolver as pessoas em meu manto de palavras.
(escrito por Artur Coelho Mendes)
(escrito por Artur Coelho Mendes)
domingo, 1 de março de 2009
O Contador de Segundos
Hei! Um segundo de sua atenção, por favor.
Há pouco tempo, apareceu uma novidade nas ruas: o contador de segundos no semáforo.
Hum... Aquilo, de certa forma, foi um alívio.
Como é bom estar parado no sinal vermelho e saber quantos segundos mais ficarei ali.
Isso até acalma.
Ufa! Está acabando... Mais três, dois e um.
Pronto. Verde. E acelero.
Quantas vezes você já se pegou parado no semáforo vermelho dizendo: "Vamos! Vamos! Que demora!"
E quando avançamos ainda no vermelho?... Ah! Mas, já estava laranja para o outro.
É... É a modernidade. Onde não se aguenta esperar um segundo.
Um segundo se quer.
Creio que uma respiração profunda leve quatro segundos. Fiz as contas.
Mas, percebo que no mesmo tempo do semáforo vai minha respiração: rápida e impaciente.
Atento-me somente ao próximo segundo.
Não quero perder um só segundo.
Mas, nem percebo o segundo presente.
E perco todos.
É a corrida contra os segundos.
O que é um segundo?
O segundo é sutil.
Em um segundo, você pode mudar de rumo.
Em um segundo, você pode não mais estar aqui.
Não deixe esse segundo para segundo plano.
E, no semáforo vermelho, aproveite para dar um respiro profundo.
Falando nisso, você já respirou hoje?
Hum...
Profundamente?
Viu. Você não perdeu um segundo.
Ganhou quatro.
(El Panamá)
Há pouco tempo, apareceu uma novidade nas ruas: o contador de segundos no semáforo.
Hum... Aquilo, de certa forma, foi um alívio.
Como é bom estar parado no sinal vermelho e saber quantos segundos mais ficarei ali.
Isso até acalma.
Ufa! Está acabando... Mais três, dois e um.
Pronto. Verde. E acelero.
Quantas vezes você já se pegou parado no semáforo vermelho dizendo: "Vamos! Vamos! Que demora!"
E quando avançamos ainda no vermelho?... Ah! Mas, já estava laranja para o outro.
É... É a modernidade. Onde não se aguenta esperar um segundo.
Um segundo se quer.
Creio que uma respiração profunda leve quatro segundos. Fiz as contas.
Mas, percebo que no mesmo tempo do semáforo vai minha respiração: rápida e impaciente.
Atento-me somente ao próximo segundo.
Não quero perder um só segundo.
Mas, nem percebo o segundo presente.
E perco todos.
É a corrida contra os segundos.
O que é um segundo?
O segundo é sutil.
Em um segundo, você pode mudar de rumo.
Em um segundo, você pode não mais estar aqui.
Não deixe esse segundo para segundo plano.
E, no semáforo vermelho, aproveite para dar um respiro profundo.
Falando nisso, você já respirou hoje?
Hum...
Profundamente?
Viu. Você não perdeu um segundo.
Ganhou quatro.
(El Panamá)
domingo, 11 de janeiro de 2009
Mistura Boa
Se eu pudesse...
Se eu pudesse não
Se eu conseguisse
Pegaria meu cheiro e colocaria num vidrinho
Num vidrinho de cheiro
Pra você.
E levaria comigo o outro vidrinho
Com o seu cheiro
Pra todo o canto.
Ah se eu pudesse...
Faria melhor!
Pegaria os dois vidrinhos
Colocaria um pouquinho no meu e um pouquinho no seu
Um pouquinho de cada um
E ficaríamos um tantão de nós!
Se eu pudesse não
Se eu conseguisse
Pegaria meu cheiro e colocaria num vidrinho
Num vidrinho de cheiro
Pra você.
E levaria comigo o outro vidrinho
Com o seu cheiro
Pra todo o canto.
Ah se eu pudesse...
Faria melhor!
Pegaria os dois vidrinhos
Colocaria um pouquinho no meu e um pouquinho no seu
Um pouquinho de cada um
E ficaríamos um tantão de nós!
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